quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

'Não acrescente dias a sua vida, mas vida aos seus dias'.
Harry Benjamin
 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O NATAL DO CRISTO


A Sabedoria da Vida situou o Natal de Jesus à frente do Ano Novo, na memória da Humanidade, como que renovando as oportunidades do amor fraterno, diante dos nossos compromissos com o Tempo.
Projetam-se anualmente, sobre a Terra os mesmos raios excelsos da Estrela de Belém, clareando a estrada dos corações na esteira dos dias incessantes, convocando-nos a alma, em silêncio, à ascensão de todos os recursos para o bem supremo.
A recordação do Mestre desperta novas vibrações no sentimento da Cristandade.
Não mais o estábulo simples, mas nosso próprio espírito, em cujo íntimo o Senhor deseja fazer mais luz...
Santas alegrias nos procuram a alma, em todos os campos do idealismo evangélico
Natural o tom festivo das nossas manifestações de confiança renovada, entretanto, não podemos olvidar o trabalho renovador a que o Natal nos convida, cada ano, não obstante o pessimismo cristalizado de muitos companheiros, que desistiram temporariamente da comunhão fraternal.
E o ensejo de novas relações, acordando raciocínios enregelados com as notas harmoniosas do amor que o Mestre nos legou.
E a oportunidade de curar as nossas próprias fraquezas retificando atitudes menos felizes, ou de esquecer as faltas alheias para conosco, restabelecendo os elos da harmonia quebrada entre nós e os demais, em obediência à lição da desculpa espontânea, quantas vezes se fizerem necessárias.
É o passo definitivo para a descoberta de novas sementeiras de serviço edificante, através da visita aos irmãos mais sofredores do que nós mesmos e da aproximação com aqueles que se mostram inclinados à cooperação no progresso, a fim de praticarmos, mais intensivamente, o princípio do “amemo-nos uns aos outros”.
- Conforme a nossa atitude espiritual ante o Natal, assim aparece o Ano Novo à nossa vida.
- O aniversário de Jesus precede o natalício do Tempo.
- Com o Mestre, recebemos o Dia do Amor e da Concórdia.
- Com o tempo, encontramos o Dia da Fraternidade Universal.
- O primeiro renova a alegria.
- O segundo reforma a responsabilidade.
Comecemos oferecendo a Ele cinco minutos de pensamento e atividade e, a breve espaço, nosso espírito se achará convertido em altar vivo de sua infinita boa vontade para com as criaturas, nas bases da Sabedoria e do Amor.
Não nos esqueçamos.
Se Jesus não nascer e crescer, na manjedoura de nossa alma, em vão os Anos Novos se abrirão iluminados para nós.
EMMANUEL
(Do livro Fonte de Paz, Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Torta de Limão

                                       

Massa

2 xícaras (chá) de farinha de trigo (ou até dar ponto)
1/2 xícara de açúcar
3 colheres (sopa) de margarina
1 colher (chá) de fermento em pó
3 gemas
1 pitadinha de sal
5 colheres de sopa de água

Recheio

1 lata de leite condensado
1/2 xícara de  suco de limão
1 colher (sopa) de raspas de limão
1/2lata de creme de leite 

Cobertura

3 claras
5 colheres (sopa) de açúcar
açúcar para polvilhar

Modo de Fazer:

Coloque numa vasilha a farinha e acrescente a margarina, as gemas, o sal e o fermento. Misture e junte mais farinha caso precise, até que fique incorporada à massa e que solte completamente. Deixe 20 minutos na geladeira para descansar. Abra a massa com as mãos, forrando uma forma de aro removível com 25 cm de diâmetro, fure o fundo com um garfo e asse em forno quente por 20 minutos ou até que esteja dourada. Retire do forno, e coloque o recheio e a cobertura.

Para o recheio:

Misture o leite condensado com o suco de limão até dar uma consistência de creme. Acrescente o creme de leite e as raspas de limão.

Cobertura e Finalização:
Bata as claras em neve, junte aos poucos o açúcar e continue batendo até obter um merengue bem firme. Recheie a torta com o creme de limão, cubra com o merengue, polvilhe açúcar e volte-a ao forno baixo por cerca de 10 minutos ou até que o suspiro fique dourado. Deixe esfriar, coloque na geladeira e sirva gelada.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vidas sem rumo

Era um sábado de sol e uma família aproveitava o início do verão para fazer um passeio diferente.
 
Informados de que uma ilha, situada à meia hora de barco do litoral, era um lugar agradável e belo, não hesitaram.
 
O pai comprou as passagens de barco, a mãe arrumou as crianças e chamou a vovó para compartilhar do passeio.
 
Nas mãos uma mochila com alguns apetrechos de praia para garantir um dia tranqüilo.
 
E só.
 
Não se informaram sobre o que realmente encontrariam, nem sobre o que deveriam levar para passar o dia.
 
Não se inteiraram também sobre o que havia para ser visto e se tinha algum tipo de guia no local para facilitar-lhes a empreitada.
 
Quando desembarcaram não atentaram para os demais passageiros, para onde iriam, ou que rumo tomariam.
 
Discutiam entre si para decidir o que fariam e, por fim, acabaram tomando uma trilha, dentre as muitas que havia, e caminharam muito, sem saber sequer para onde se dirigiam.
 
Passaram por pequeninas vilas, cruzaram riachos e pontes, até alcançar uma praia pequena, sem movimento e sem grandes atrativos.
 
Os mosquitos e o sol inclemente tornaram o passeio ainda mais difícil.
 
A ausência de um local apropriado para o almoço, para um descanso, também foi motivo de discussão entre os membros da família.
 
Horas depois de terem desembarcado, o único desejo de todos era retornar ao barco e voltar o mais rápido possível para casa.
 
Não conseguiam conceber como alguém poderia ter, em sã consciência, recomendado um programa como aquele.
 
Quando, enfim, conseguiram encontrar o caminho de volta e localizaram o trapiche onde haviam desembarcado, puderam sentar-se à sombra e comprar água fresca para beber.
 
Todos cansados e irritados, começaram a perceber as pessoas em volta e notaram os comentários que faziam a respeito da ilha.
 
Uns falavam ter adorado a vista do morro onde ficava o farol.
 
Mas, de que farol falavam?
 
Outros diziam que a fortaleza construída há mais de duzentos anos era um espetáculo à parte.
 
Fortaleza? Onde fortaleza?
 
Falavam também de praias de águas mansas e transparentes onde as crianças podiam brincar sossegadas.
 
Onde, afinal, ficavam tais praias?
 
Quando a família se alojou no barco que a levaria de volta ao continente, pai, mãe, avó e filhos se entreolharam e se deram conta de que haviam desperdiçado o dia.
 
Perceberam que por falta de planejamento, de diálogo e de cuidado, deixaram de conhecer as belezas daquele lugar, e que haviam sofrido desnecessariamente.
 
Esboçaram um sorriso sem graça e voltaram para casa em silêncio, pensativos e desapontados.
 
Muitos também passamos pela vida assim.
 
Vivemos por viver, sem saber ao certo o que fazer dessa oportunidade abençoada.
 
Não planejamos nossas condutas e repetimos mil vezes os mesmo erros, insistindo em antigos vícios.
 
Não sabemos o que queremos alcançar, quem queremos ser, e assim desperdiçamos horas, dias, anos...
 
Desperdiçamos vida.
 
Pense nisso!
 
Quem não sabe aonde pretende ir não chega a lugar algum.
 
Corre o risco de andar em círculos ou, ainda, de acabar sofrendo riscos e dores desnecessárias.
 
Planeje, no presente, o seu futuro.
 
Trace rumos seguros para sua vida.
 
 

Autor:
Equipe de Redação do Momento Espírita. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Perguntas

Quantas vezes você andava na rua e sentiu um perfume e lembrou de alguém que gosta muito?
Quantas vezes você olhou para uma paisagem em uma foto, e não se imaginou lá com alguém...
Quantas vezes você estava do lado de alguém, e sua cabeça não estava ali?
Alguma vez você já se arrependeu de algo que falou dois segundos depois de ter falado?
Você deve ter visto que aquele filme, que vocês dois viram juntos no cinema, vai passar na TV...
E você gelou porque o bom daquele momento já passou...
E aquela música que você não gosta de ouvir porque lembra algo ou alguém que você quer esquecer mas não consegue?
Não teve aquele dia em que tudo deu errado, mas que no finzinho aconteceu algo maravilhoso?
E aquele dia em que tudo deu certo, exceto pelo final que estragou tudo?
Você já chorou por que lembrou de alguém que amava e não pôde dizer isso para essa pessoa?
Você já reencontrou um grande amor do passado e viu que ele mudou?
Para essas perguntas existem muitas respostas...
Mas o importante sobre elas não é a resposta em si...
Mas sim o sentimento...
Todos nós amamos, erramos ou julgamos mal...
Todos nós já fizemos uma coisa quando o coração mandava fazer outra...
Então, qual a moral disso tudo?
Nem tudo sai como planejamos portanto, uma coisa é certa...
Não continue pensando em suas fraquezas e erros, faça tudo que puder para ser feliz hoje!
Não deite com mágoas no coração.
Não durma sem ao menos fazer uma pessoa feliz!
E comece com você mesmo!!!
Martha Medeiros
 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

      As orações dos homens
Subam eternamente aos teus ouvidos;
Eternamente aos teus ouvidos soem
          Os cânticos da terra.

          No turvo mar da vida,
Onde aos parcéis do crime a alma naufraga,
A derradeira bússola nos seja,
          Senhor, tua palavra.

          A melhor segurança
Da nossa íntima paz, Senhor, é esta;
Esta a luz que há de abrir à estância eterna
          O fulgido caminho.

          Ah ! feliz o que pode,
No extremo adeus às cousas deste mundo,
Quando a alma, despida de vaidade,
          Vê quanto vale a terra;

          Quando das glórias frias
Que o tempo dá e o mesmo tempo some,
Despida já, — os olhos moribundos
          Volta às eternas glórias;

          Feliz o que nos lábios,
No coração, na mente põe teu nome,
E só por ele cuida entrar cantando
          No seio do infinito.

Machado de Assis, in 'Crisálidas'

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

15 de Outubro - Ao professor

"Homenageio a você, Professor, pelo seu Dia e pelo grande feito de educar com perseverança, dedicação e desprendimento, em todos os outros de sua caminhada.

Parabenizo a você , Professor, por sua real importância na evolução histórica e cultural, na formação de seus educandos.

Cumprimento você, Educador, por ensinar com doação e responsabilidade para a construção dos conhecimentos e apropriação das práticas.

Ressalto seu trabalho como indicador de 'caminhos', mesmo com decepções que se constituirão em novas idealizações.

Homenageio a você, a quem certamente, Saramago diria, como o fez:
'Não tenho o direito de olhar se os outros não me podem olhar a mim'. "

Arlete Scotto

Com lealdade fraterna



Meu amigo: alega você a impossibilidade de aceitar-nos a
sobrevivência,por não atestarem seus olhos a nossa presença
espiritual. E acentua que não pode copiar Santo Agostinho na
repentina modificação. É provavel que você, no íntimo, se julgue
superior ao discípulo Santo Ambrósio, mas pode crer que a sua
dúvida é leviana e infantil.

Sua declaração menciona filósofos e cientistas, salientando os
ateus com frases louvaminheiras.

A rigor, não deveríamos perder tempo com as suas indagações;
entretanto, por despertarem pensamentos graves, cumpre-nos
registrá-las e a elas responder.

É que você vive, em grande percentagem, daquilo que
permanece invisível aos olhos mortais.

O cacto espinhoso, a florir num deserto, jamais saberia
responder por que miraculosos recursos consegue sustentar-se
no chão ressequido. Assim também você, na trama escura da
negação, não explicará por que razoes exibe a flor preciosa da
inteligência.

Sua cabeça abriga raciocínios e hipóteses, com recheio de
sarcasmo evidente, para concluir que a civilização é um castelo
de cartas a precipitar-se, indefinidamente, no despenhadeiro da
sepultura.

Seus olhos, porém, permanecem fixos no "prato de lentilhas".

Seu problema é puro imediatismo. Nada mais.
Falta-lhe alicerce para as reflexões.

A sua capacidade de verificação, no campo fenomenico a que
se ajusta, começa no enigma do nascimento. A história de seu
corpo transcende as anotações da ficha genealógica. Você não
sabe, por agora, como ingressou no santuário das formas
terrestres e, se um biologista lhe fala dos cromossomos,
elucidando questões de embriologia, naturalmente acreditará
ouvir mentiroso romance com presunção científica. Se você não
viu a formação dos elementos microscópicos, como admitirá
elucidações dos compêndios que cogitam do assunto?

À noite de cada dia, no retorno ao lar, seus ouvidos solicitam do
aparelho radiofônico o noticiário das capitais estrangeiras e
recebem informações positivas de Roma e Washington. No
entanto, você não enxerga os fios através dos quais chegam
as mensagens que reclama.

Seus órgãos absorvem do ar a maior parte da alimentação de
que se mantém. Todavia você nada percebe.

A enfermidade lhe corrói as vísceras e que o obriga a
empenhar-se nas casas bancarias, procede, na maioria das
vezes, do ataque das feras microscópicas que se multiplicam
ao influxo mórbido de sua mente. Entretanto, não lhe é possível
identificar o inimigo de sua tranqüilidade pessoal e domestica,
em cuja existência é constrangido a acreditar.

Seus olhos, alias, não chegam nem mesmo a contemplar os
movimentos peristálticos dos intestinos, em operações comuns
da realidade humana, sem os quais toda a sua missão terrena
estaria ameaçada.

Por fim, meu caro, você, que nos deseja palpáveis às mãos,
será visível, em suas intenções e pensamentos, aqueles que
o cercam? Afianço-lhe que seus parentes e amigos não lhe
conhecem dez por cem da legitima personalidade.

Em se tratando de nós, porém, sua exigência é impecável.

A argumentação que apresenta não lhe justifica a negação.

Procure outros recursos para consultar a verdade.
Em meu curso primário, conheci um menino irrequieto,
colega leviano e inconstante, que consumia inutilmente
longas horas da professora, levantando dúvidas quanto à
existência da Terra do Fogo, porque nunca lhe vira os
contornos e não acreditava os apontamentos da Geografia.
Não podemos, no entanto, considerar a sua inteligência no
rudimentarismo da infância. Você lê algumas línguas diversas
entre si e compreende-as com elevado índice de cultura
intelectual, cita Haeckel, Schopenhauer e Le Bon. Ora,
sabemos todos que a razão, em pesquisa, não se acomoda `a
redoma do berço.

Procure, pois, o seu clima real.
Estude e medite.

Não se recolha exclusivamente `as pupilas que o sepulcro
apagará mais tarde. Auxilie a própria reflexão. O ato de ver é
mais extenso: não se circunscreve ao corpo efêmero. É
função do espirito imperecível. E examine o problema da morte
com mais amplitude. Prepare a bagagem, porque fará
igualmente a travessia que já fiz.

Se você é sincero, não perca a oportunidade de melhorar os
conhecimentos acerca da vida nova que o espera. Não se
esqueça, meu amigo, de que, apesar do esforço de todos os
Voronoffs do mundo e não obstante a milagrosa penicilina do
nosso estimado Professor Fleming, o livro de ponto dos
cemitérios continua assinado regularmente...
IRMÃO X
(Psicografia de Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quando o amor acaba

De repente, o que era luz se faz sombra. A época do namoro, as delicadezas e olhares apaixonados dão lugar à amargura, a aridez dos dias.

E muita gente afirma: O amor acabou!

Uma sentença que cai pesada sobre os ombros de quem ouve. O fim do amor talvez seja a mais triste noticia para um ser humano. Afinal, o amor move o Mundo e enche a vida de alegria.

Mas será que o amor acaba? Afinal, é um sentimento tão forte que ultrapassa a barreira dos relacionamentos pessoais e deságua nas relações sociais.

Onde há um grupamento humano há a necessidade de amor.

Amor de pais, de filhos, de amigos. Amor entre um homem e uma mulher. Que importa de que tipo é o amor?

Basta que ele exista para que seu perfume imediatamente transforme os ambientes, ilumine os olhos, torne o ar mais leve.

E se é tão essencial o amor, por que o deixamos acabar? Por que permitimos que ele se amesquinhe e seja sufocado?

O que nem sempre sabemos priorizar o que realmente é importante. Nem sempre sabemos cuidar das pessoas que mais amamos.

Por vezes tratamos mal justamente aqueles a quem mais queremos bem. São nossos pais, irmãos, esposos e filhos...

Eles deveriam ser nossa prioridade, mas parecem estar sempre em último lugar. Para eles deveríamos guardar os gestos de delicadeza, os afagos, as palavras gentis.

Pior ainda é quando permitimos que os abismos e silêncios aconteceram em nossa casa.

É como um câncer, que começa devagarzinho, vai se instalando e se torna incontrolável.

E tudo começa porque deixamos de conversar, de trocar experiências, de compartilhar o espaço que chamamos lar. E assim vamos nos afastando dos seres amados.

E ainda há a negligência. Deixamos de falar, de sorrir, de dar atenção aos de casa.

Concentrados em pessoas com as quais temos contato meramente social, aos poucos substituímos o grupo familiar pelos amigos, colegas de trabalho e até por gente que acabamos de conhecer.

Assim vamos deixando a vida seguir. De repente, quando percebemos, o tempo passou, os filhos estão adultos, os irmãos casaram, os pais morreram.

Ou esto idosos demais sequer para ter uma conversa divertida num fim de tarde. O trem da vida seguiu e nós nem o vimos passar.

É quando chega o arrependimento, a saudade, a vontade de ficar junto mais um pouco.

Nem sempre é preciso esperar: alguém que morre repentinamente, um acidente, uma doença inesperada.

E percebemos, então, que desperdiçamos o tempo que estivemos ao lado daquela pessoa especial;

daquele filho divertido;

daquela mãe dedicada;

daquele pai amoroso;

daquele companheiro que estava bem ao lado, caminhando junto.

Não. O amor não morre. Nós o deixamos murchar, apagar-se. O nosso desleixo, desatenção e preguiça que sufocam o amor.

Mas basta regar com cuidado, sorrisos e carinho, para que ele reviva.

Como planta ressequida, o amor bebe as palavras que lhe dirigimos e se reergue.

O amor nao morre nunca. Mesmo que acreditemos que ele está morto e enterrado, que desapareceu, ele apenas aguarda que um gesto de amor o fça reviver.

Experimente! Olhe para as pessoas de sua família, para o seu amor, e lembre-se das belas coisas que viveram.

Não deixe que as más lembranças o contaminem. Focalize toda a sua atenção nos momentos mais felizes.

Abrace, afague, sorria junto, diga o quanto os ama.

E se, de repente, seu coração acelerar, seus olhos ficarem úmidos e uma indescritível sensação de felicidade tomar conta de você, não tenha dúvida: são os efeitos contagiantes e deliciosos do amor.


Autor:
Redação do Momento Espírita.

sábado, 24 de setembro de 2011

QUEM?


Quem nesta vida já não se sentiu assim sem rumo, perdido, rendido às contingências do momento? Quem já não experimentou estas fases onde tudo é desalento, e embora abrigado, cercado de gente, continuou absolutamente só qual se estivera ao relento? Quem já não se perdeu do passado? Quem já não ficou sem vislumbrar futuro, sem sentir um medo atávico e ver-se assim totalmente inseguro? Quem já não ficou sem saber o que fazer com o agora, levado pela correnteza da vida incerta, no malogrado ajuste do ponteiro das horas? Quem já não se perdeu de Deus, após tê-lo encontrado? Quem já não se perdeu do filho, após tê-lo criado? Quem já não secou por dentro, após ter muito amado? Quem já não se perdeu no caminho que parecia adequado? Quem já não experimentou um medo visceral da morte? Quem já não tremeu diante de uma súbita virada da sorte? Quem já não teve todos os planos e sonhos desfeitos? Quem já não se viu lesado nos seus mais legítimos direitos? Quem já não se viu órfão de toda a esperança? Quem já não se viu, de repente, sem guiança sem rumo, sem bússola, sem farol, sem diretriz? Quem já não se sentiu um dia, desesperadamente infeliz? Quem já não se sentou à beira do caminho, extenuado vendo a vida passar, como filme apenas, projetado na ínfima condição de mero expectador isolado e nada mais reivindicou neste momento, senão a suprema bênção de poder ficar calado? E poder então soltar o passado, não temer mais o futuro, abdicar de vez do agora e voltar ao estado original após ter fechado um doloroso ciclo; fazer-se pronto para mais uma volta da infinita espiral!
Autora:Fátima Irene Pinto - Do Livro 'MOMENTOS CATÁRTICOS'

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

(Pablo Picasso-Mulher ao espelho)

Um abraço

O que você faz quando está com dor de cabeça, ou quando está chateado?

Será que existe algum remédio para aliviar a maioria dos problemas físicos e emocionais?

Pois é, durante muito tempo estivemos à procura de alguma coisa que nos rejuvenescesse, que prolongasse nosso bom humor, que nos protegesse contra doenças, que curasse nossa depressão e que nos aliviasse do estresse.

Sim, alguma coisa que fortalecesse nossos laços afetivos e que, inclusive, nos ajudasse a adormecer tranquilos.

Encontramos! O remédio já havia sido descoberto e já estava à nossa disposição. O mais impressionante de tudo é que ainda por cima não custa nada.

Aliás, custa sim, custa abrir mão de um pouco de orgulho, um pouco de pretensão de ser autossuficiente, um pouco de vontade de viver do jeito que queremos, sem depender dos outros.

É o abraço. O abraço é milagroso. É medicina realmente muito forte. O abraço, como sinal de afetividade e de carinho, pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar a depressão, fortificar os laços afetivos.

O abraço é um excelente tônico. Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível a doenças. O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico.

O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada sente-se mais jovem e vibrante. O uso regular do abraço prolonga a vida e estimula a vontade de viver.

Recentemente ouvimos a teoria muito interessante de uma psicóloga americana, dizendo que se precisa de quatro abraços por dia para sobreviver, oito abraços para manter-se vivo e doze abraços por dia para prosperar.

E o mais bonito é que esse remédio não tem contraindicação e não há maneira de dá-lo sem ganhá-lo de volta.

* * *

Já há algum tempo temos visto, colado nos vidros de alguns veículos, um adesivo muito simpático, dizendo: Abrace mais!

Eis uma proposta nobre: abraçar mais.

O contato físico do abraço se faz necessário para que as trocas de energias se deem, e para que a afetividade entre duas pessoas seja constantemente revitalizada.

O abraçar mais é um excelente começo para aqueles de nós que nos percebemos um tanto afastados das pessoas, um tanto frios no trato com os outros.

Só quem já deu ou recebeu um sincero abraço sabe o quanto este gesto, aparentemente simples, consegue dizer.

Muitos pedidos de perdão foram traduzidos em abraços...

Muitos dizeres eu te amo foram convertidos em abraços.

Muitos sentimentos de saudade foram calados por abraços.

Muitas despedidas emocionadas selaram um amor sem fim no aconchego de um abraço.

Assim, convidamos você a abraçar mais.

Doe seu abraço apertado para alguém, e receba imediatamente a volta deste ato carinhoso.

Pense nisso! Abrace mais você também.

Redação do Momento Espírita, com base em palestras de
Alberto Almeida, na cidade de Matinhos, nos dias 29, 30 e 31
de março de 2002 e no texto intitulado Um abraço, de autoria ignorada.
Em 07.06.2010.

domingo, 12 de junho de 2011

AMAR



Amar
Florbela Espanca

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais este e aquele, o outro e a toda gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que eu saiba me perder... pra me encontrar...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Camelos também choram



Primavera no deserto de Gobi, sul da Mongólia.

Uma família de pastores nômades assiste ao nascimento de filhotes de camelo.

A rotina é quebrada com o parto difícil de um dos camelinhos albinos.

A mãe, então, o rejeita.

O filho ali, branquinho, mal se sustentando sobre as pernas, querendo mamar e ela fugindo, dando patadas e indo acariciar outro filhote, enquanto o rejeitado geme e segue inutilmente a mãe na seca paisagem.

A família mongol e vizinhos tentam forçar a mãe camela a alimentar o filho. Em vão.

Só há uma solução, diz alguém da família. Mandar chamar o músico.E o milagre começou musicalmente a acontecer.

Dois meninos montam agilmente seus camelos, numa aventura até uma vila próxima, tentando encontrar o músico.

É uma vila pobre, mas já com coisas da modernidade, motos, televisão, e, na escola de música, dentro daquele deserto, jovens tocam instrumentos e dançam, como se a arte brotasse lindamente das pedras.

O professor de música, qual um médico de aldeia chamado para uma emergência, viaja com seu instrumento de arco e cordas para tentar resolver a questão da rejeição materna.

Chega. E ali no descampado, primeiro coloca o instrumento com uma bela fita azul sobre o dorso da mãe camela. A família mongol assiste à cena.

Um vento suave começa a tanger as cordas do instrumento. A natureza por si mesma harpeja sua harmônica sabedoria. A camela percebe. Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos.

Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos e esperam. A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo. A dona da camela afaga o animal e canta.

E, enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas. E o filhote, antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, desesperadamente feliz.

Enquanto se alimenta e a música continua, acontece então um fato impressionante.

Lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos.

* * *

Nós, humanos, na plateia, olhamos estarrecidos. Maravilhados. Os mongóis em cena constatam apenas mais um exercício de sua milenar sabedoria.

E nós, que perdemos o contato com o micro e o macrocosmos, ficamos pasmos com nossa ignorância de coisas tão simples e essenciais.

Os antigos falavam da terapêutica musical. Casos de instrumentos que abrandavam a fúria, curavam a surdez, a hipocondria e saravam até a mania de perseguição.

O pensamento místico hindu dizia que a vida se consubstancia no Universo com o primeiro som audível - um ré bemol - e que a palavra só surgiria mais tarde.

E nós, da era da tecnologia, da comunicação instantânea, dos avanços científicos jamais sonhados... E nós? O que sabemos dessas coisas?

Coisas que os camelos já sabem, que os mongóis já vivem. Coisas dos sentimentos, coisas do coração. O que sabemos nós?

Será que sabíamos que os camelos também choram?


Redação do Momento Espírita com base em crônica de Affonso Romano de Sant´anna, encontrada no

http://acaodopensamento.blogspot.com.

Em 25.04.2011.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Amor

Léon Denis
O amor é a celeste atração das almas e dos mundos, a potência divina que liga os Universos, os governa e fecunda; o amor é o olhar de Deus!
Não se designe com tal nome a ardente paixão que atiça os desejos carnais. Esta não passa de uma imagem. de um grosseiro simulacro do amor. O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração; é o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da caridade, da bondade; é a manifestação na alma de uma força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres e despertando em nós felicidades íntimas que se afastam extraordinariamente de todas as volúpias terrestres.
Amar é sentir-se viver em todos e por todos, é consagrar-se ao sacrifício até à morte, em benefício de uma causa ou de um ser. Se quiserdes saber o que é amar, considerai os grandes vultos da Humanidade e, acima de todos, o Cristo, o amor encarnado, o Cristo, para quem o amor era toda a moral e toda a religioso. Não disse ele: `'Amai vossos inimigos?"
Por essas palavras, o Cristo não exige da nossa parte uma afeição que nos seja impossível, mas sim a ausência de todo o ódio, de todo o desejo de vingança, uma disposição sincera em ajudar nos momentos precisos aqueles que nos afligem, estendendo-lhes um pouco de auxílio.
O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as criaturas. Deus é o seu foco. Assim como o Sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas; seus raios, penetrando através das trevas do nosso egoísmo, vão iluminar com trêmulos clarões os recônditos de cada coração humano. Todos os seres se criaram para amar. As partículas da sua moral, os germes do bem que em si repousam, fecundados pelo foco supremo, se expandirão algum dia. florescerão até que todos sejam reunidos numa única comunhão do amor, numa só fraternidade universal.
De "Depois da Morte".
* * *

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Roda Viva




Quem não conhece a canção Roda Viva de Chico Buarque?
Embora sua letra esteja associada à época da Ditadura Militar, roda-viva significa movimento incessante, confusão, barulho. E esta música exprime exatamente a frustração que as pessoas carregam no peito. Hoje me sinto assim... traçamos um destino e quando nos vimos incapacitados de seguir com nossos planos futuros, nos sentimos como um rio que é barrado, como se um vendaval passasse e deixasse suas marcas. "Roda mundo, roda gigante, roda- moinho, roda pião, o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração"....

Autopsicografia

Fernando Pessoa
Cancioneiro
 
Autopsicografia
 
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. 
 
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm. 
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.